Isenção de IR para salários de até R$ 5 mil: o que isso realmente significa para você e para sua empresa

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Contabilidade

Entenda a nova isenção do IR para salários de até R$ 5 mil, quem será beneficiado e como isso impacta empresas e empreendedores em 2026.

A notícia sobre a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês dominou as manchetes e trouxe um alívio para milhões de brasileiros. Afinal, essa mudança promete aliviar o bolso de milhões de brasileiros que sentem o peso dos descontos mensais no contracheque. Mas, como em toda mudança tributária, é importante entender o que está por trás dos números e o que isso representa de fato para diferentes perfis de contribuintes.

Para o trabalhador CLT, a medida é um respiro financeiro. Para autônomos e profissionais liberais, também pode representar uma redução importante na carga de impostos. Já para empresários e sócios de empresas, o tema exige cuidado redobrado. Isso porque a regra de isenção é voltada para pessoa física e não se aplica diretamente ao faturamento ou aos rendimentos da empresa.

Essa diferença é o que separa uma oportunidade real de economia de um possível problema tributário. Entender o que está sendo proposto, quem realmente será beneficiado e como isso afeta a gestão financeira da sua empresa é o primeiro passo para fazer escolhas seguras e inteligentes.

O que muda com a nova faixa de isenção do IR

Com a nova regra, pessoas físicas que recebem até R$ 5 mil por mês ficarão isentas do Imposto de Renda. Atualmente, essa isenção vale apenas para quem ganha até R$ 2.824 mensais, o que representa um aumento expressivo na faixa livre de tributação.

Além disso, quem recebe entre R$ 5.000,01 e cerca de R$ 7.350 por mês terá um desconto gradual no imposto. Essa transição foi criada para que o benefício alcance também a classe média, reduzindo o peso do IR sobre os rendimentos e ajudando a devolver poder de compra aos brasileiros.

Para equilibrar a arrecadação, o governo incluiu na proposta uma cobrança adicional sobre rendas mais altas, ou seja, aquelas acima de R$ 600 mil por ano, o que equivale a aproximadamente R$ 50 mil por mês. A ideia é tornar o sistema mais justo, em que quem ganha menos paga menos e quem tem rendimentos maiores contribui um pouco mais.

Na prática, a medida deve beneficiar milhões de trabalhadores e aposentados em todo o país. No entanto, é essencial entender que essa isenção se aplica apenas à pessoa física, ou seja, a salários e rendimentos tributáveis no CPF. Ela não se estende ao faturamento das empresas e não altera as regras de tributação sobre o pró-labore ou sobre o lucro empresarial.

Quem será beneficiado

Segundo estimativas do governo, mais de 20 milhões de brasileiros devem ser beneficiados direta ou indiretamente com a nova faixa de isenção.

Serão contempladas pessoas físicas com rendimentos tributáveis de até R$ 5 mil por mês, o que inclui salários de trabalhadores CLT, aposentadorias, pensões e rendimentos de autônomos que atuam como pessoa física.

Quem ganha um pouco acima desse valor também sentirá o impacto positivo. A nova tabela prevê uma redução gradual do imposto até cerca de R$ 7.350 mensais, quando o benefício deixa de existir. A partir dessa faixa, a tributação volta a seguir as alíquotas normais, conforme o padrão atual do Imposto de Renda.

É fundamental reforçar que essa regra se aplica apenas à pessoa física. Empreendedores e sócios de empresas não devem confundir a isenção com a tributação do CNPJ. Lucros distribuídos, faturamento e pró-labore continuam seguindo normas específicas e devem ser analisados com cuidado para evitar erros e prejuízos tributários.

O que não muda e o que empreendedores devem observar

Aqui está um ponto central para quem tem empresa. A isenção para rendas de até R$ 5 mil é voltada à pessoa física. Ela não altera as regras de tributação da pessoa jurídica, nem reduz impostos sobre o faturamento da empresa.

Se você é sócio de um negócio e pensa em aumentar o pró-labore apenas para aproveitar a isenção, é importante agir com cautela. Isso porque, em empresas do Simples Nacional, o valor do pró-labore influencia diretamente o cálculo do Fator R, que determina o anexo de tributação e, consequentemente, o valor dos impostos pagos.

Em muitos casos, aumentar o pró-labore pode elevar a folha de pagamento da empresa e alterar a proporção usada no cálculo do Fator R. O resultado pode ser uma migração para um anexo menos vantajoso, com alíquotas mais altas. Assim, o que parecia uma economia pessoal pode acabar aumentando os custos da empresa.

Em outras palavras, você pode economizar de um lado e pagar mais do outro. Por isso, é fundamental avaliar o cenário completo antes de tomar qualquer decisão.

O cuidado especial para empresas no Simples Nacional com Fator R

O Fator R é o cálculo que define se uma empresa optante pelo Simples Nacional será tributada pelo Anexo III, com alíquotas menores, ou pelo Anexo V, com alíquotas mais elevadas. Ele compara a soma da folha de pagamento, incluindo o pró-labore, com o faturamento bruto dos últimos 12 meses.

Quando essa proporção é alta, a empresa pode permanecer no Anexo III e pagar menos impostos. Quando a proporção é baixa, a empresa é enquadrada no Anexo V, onde a tributação costuma ser mais onerosa. Aumentar o pró-labore pode alterar essa relação de forma significativa e, dependendo dos números, o resultado pode ser justamente o oposto do esperado.

Por isso, antes de ajustar o pró-labore para tentar aproveitar a nova faixa de isenção do IR, é imprescindível avaliar o impacto sobre a empresa e sobre você como pessoa física. Planejamento integrado é a chave para evitar que uma suposta economia pessoal resulte em aumento expressivo da carga tributária da empresa. Converse com seu contador, simule cenários e avalie alternativas como distribuição de lucros, revisão de benefícios e reorganização da remuneração.

Se você quer entender em detalhes como o Simples Nacional e o Fator R funcionam na prática, clique aqui e leia o nosso artigo completo sobre Simples Nacional no blog da Hubs.

Por que a diferença entre pessoa física e jurídica é tão importante

A confusão entre o que vale para pessoa física e o que vale para pessoa jurídica é uma das principais causas de erros no planejamento tributário. A isenção para quem ganha até R$ 5 mil é um benefício voltado apenas à renda pessoal.

A empresa, por outro lado, segue com suas próprias regras e obrigações fiscais. Aumentar o pró-labore achando que isso trará apenas benefícios pode interferir no regime tributário do negócio e gerar mais impostos.

Em resumo, é preciso olhar para os dois lados da moeda. O que é vantajoso para o CPF pode não ser para o CNPJ. O segredo está em encontrar o ponto de equilíbrio entre os dois para aproveitar o máximo de benefícios sem prejudicar a saúde financeira da empresa.

A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais é uma ótima notícia, mas também exige cuidado e planejamento. Enquanto trabalhadores e autônomos sentirão um alívio direto no bolso, empresários e sócios precisam avaliar com atenção o impacto dessa mudança dentro da empresa. A Hubs Contabilidade pode te ajudar a entender como essa nova regra afeta o seu caso e a encontrar o equilíbrio ideal entre economia pessoal e segurança tributária. Fale com a equipe da Hubs e descubra como aproveitar os benefícios da nova faixa de isenção sem correr riscos fiscais.

Foto de perfil de autor: Lázaro Dias

Publicado por:

Lázaro Dias

em 12/11/2025

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